terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

"Durma-se com um barulho desses" :)

O hit gospel do momento já virou pagode, sertanejo, funk e tecno. “Faz um Milagre em Mim”, gravada por Regis Danese, tocou até na última Parada Gay de São Paulo. O maior nome da Igreja Católica no Brasil, padre Marcelo Rossi, puxa o coro em músicas como “Faz um Milagre em Mim”, “Deus do Impossível” e “Fico Feliz”, todos sucessos de cantores evangélicos.
Os católicos já perceberam a diferença e, aos poucos, estão se acostumando ao estilo gospel de música. Já foi o tempo em que as canções “Maria de Nazaré” e “Segura na Mão de Deus” eram os únicos sucessos nas missas. Hoje, os hits cantados nas celebrações são compostos por autores evangélicos, sem preconceito.
O povo acompanhava entusiasmado, em voz e gestos, a celebração realizada na última quinta-feira, no santuário Mãe de Deus, em Interlagos (zona sul de SP), para mais de 6.000 pessoas.
O estilo musical da “concorrência” começou a ganhar força nas igrejas com o crescimento do movimento carismático, ocorrido nos anos 90. Até então, a troca de canções entre as duas religiões era quase imperceptível. Entre os evangélicos, apenas o padre Zezinho –primeiro religioso cantor do país– era aceito. A “Oração da Família”, composta e gravada por ele, é considerada letra universal.
Unificação
Atualmente, os estilos caminham para a unificação, segundo os próprios religiosos. “Hoje está acontecendo o uso comum das músicas porque as letras deixaram de fazer apologia a uma determinada religião e passaram a se voltar à mensagem do evangelho”, afirma o padre Juarez de Castro, secretário de comunicação da Arquidiocese de São Paulo. As letras não citam mais termos religiosos típicos das missas –como a eucaristia, por exemplo.
Para Rodrigo Plaça, cantor católico, a adesão ao gospel acontece porque a base musical evangélica é melhor, quase lírica. “A música deles é de louvor, de entrega. Quando escutam, as pessoas entram em uma espécie de transe, ficam emocionadas e colocam suas emoções para fora. Os católicos perceberam esse sucesso e foram atrás”, afirma.
A democracia musical tem base bíblica, segundo o casal de empresários Ricardo Rodrigues, 47 anos, e Silvia Amaro, 44. “Somos todos cristãos. A única diferença é que eles [evangélicos] não têm o costume de louvar Maria como a mãe de Deus”, afirma Rodrigues. A aceitação tem sido tão grande que, na porta do santuário do padre Marcelo, por exemplo, as barraquinhas de ambulantes comercializam também os CDs de gospel.
Sucesso religioso tocou até na última Parada Gay
O hit gospel do momento já virou pagode, sertanejo, funk e tecno. “Faz um Milagre em Mim”, gravada por Regis Danese, tocou até na última Parada Gay de São Paulo, realizada no dia 14 passado, em versão remixada. O sucesso, segundo o cantor, é atribuído ao desejo das pessoas por mudança. “A música toca no coração. Quem não quer viver um milagre?”, pergunta.
Para Danese, o milagre também foi financeiro. O cantor vendeu 1 milhão de cópias com o CD “Compromisso”, que tem a canção gravada. “Deus falou comigo. Ele avisou que a música teria impacto.”
A comerciante Maria Conceição Cerqueira, 60 anos, também comemora. Ela tem uma barraca próxima ao santuário do padre Marcelo Rossi e lucra vendendo CDs das duas religiões. “As músicas do Regis estão entre as mais procuradas. Disputam com as canções do padre Fábio de Melo e do irmão Lázaro, que são outros sucessos do momento. Os católicos gostam, só reclamam quando a música exagera no testemunho. Os evangélicos falam muito durante as músicas”, diz a vendedora.
Para amenizar as diferenças e agradar a todos os gostos, os padres católicos regravam as músicas evangélicas com novos arranjos. “Assim não dá para ver quase diferença”, completa a vendedora. Os CDs dos religiosos “famosos” são facilmente encontrados. Na porta do santuário, uma cópia falsificada sai por R$ 5.


Fonte: http://www.montfort.org.br/index.php?secao=cartas&subsecao=polemicas&artigo=20091228113121&lang=bra

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Caminhando nas pegadas da volta

Terri Gurrola volta para casa e abraça sua filha de três anos de idade, Gabrielle. Terri serviu no Iraque por sete meses.




Há algum tempo já não apareço por aqui; durante um tempo, precisei de mim para seu eu mesma.
Nesse tempo, contemplei em mim dores e alegrias de um tempo que foi, e que, incrivelmente paradoxo, volta constantemente; pude fazer uma releitura do que serei.
Deixei conviver em mim as paixões, os medos, os anseios; gestei sonhos já nascidos, mas também, sonhos que ainda não foram gerados. Foi um tempo conturbado, bonito, calmo, escuro. Isso mesmo! Foi um tempo-sincronia-paradoxo! Meu tempo!
E hoje, com tudo o que vivi, entendo que ainda tenho muito a partilhar, e que tudo em mim é sonho e fantasia, embora permeados em realidade perturbadoramente tangível.
Há, hoje, novidades em mim que já foram relíquias; e meus tesoruros raros de hoje conquistaram a contemporaneidade de alguns.
Estou feliz com a volta, que, embora ainda não seja definitiva, é um ponto de paz, é uma inquietude tranquilizadora de um tempo que é só meu; tempo este que dedico aos que me dão tempo, aos que me chamam tempo. Eu tive muitas mudanças, mas ainda sou a mesma que ama sem condições, e ama na ausência de amor, porque o ausente em mim pode ser real no outro.
É com alegria que volto! Ainda em pedaços, mas fragmentos que me constituem como ser inacabado esperando, a todo momento, partículas dos que passarem por mim, para que, a cada dia, o Senhor das esculturas me molde de acordo com a vontade dele e a necessidade dos que vivem em mim!

Ótimo dia!
Santo dia!

Paz e Bem!

Com carinho, em pedaços, em orações de um coração inacabado, e por isso mesmo, completo: Deinha Medrado


Figura retirada do site: silveiraneto.net/2007/09/21/de-volta-pra-casa/