quinta-feira, 23 de outubro de 2008

"É o sopro do Criador..."


De uns tempos pra cá tenho observado com mais detalhes os detalhes humanos: "quão admiráveis são Suas obras... menor um pouquinho do que os anjos" (Sl 8).

Quantas particularidades sondam os mais diversos corações, perdidos a achados numa humanidade sem tréguas, numa humanidade cruel, na humanidade dada! No dom!
Tenho observado o ser homem. O ser mulher e criança... o ser criação.

Há quem não se sinta bem sendo criado, e passa a desenvolver características de criador; num desespero supra humano alguns tentam então assumir responsabilidades com as quais não consegue viver, e numa frustração tamanha, escondem-se num processo chamado "racionalização".
É uma teoria na qual venho pensando... e acreditando estar certa...
Mas o que são teorias?
Não é o que me move, não...
Quero ser movida por outros ventos, de maneira que ser criada seja tão bom quanto ser recolhida!
Num acesso ao coração do Criador entender que não faz diferença se homem ou mulher, se com ou sem detalhe!
É essa a incansável procura! Se somos todos peregrinos, por que brigar pelo que não nos pertence? Lutar por uma terra que acaba, por um mar que seca?
Se somos todos passageiros, vivamos pela busca do que não passa!
Os detalhes humanos por muitas vezes têm-me assustado; contudo, devo reconhecer que nesses detalhes há fragmentos divinos.
E nesses pedaços escondidos em tantas desculpas, tenho podido acompanhar o que a contemporaneidade tem lutado para camuflar: a essência de Deus no homem.
O coração humano é hospedado por mui sublime hóspede! Só falta descobrir... a porta foi aberta já há muito. Falta descobrir....
Quero ser aquela que dá a notícia! Quero entregar a correspondência!
Tenho observado com mais cuidado o que meus iguais têm recebido.
Quero ser anunciadora da grande visita!

Um comentário:

Grazi disse...

É amiga, acho q é mais ou menos assim:

"Um dia a gente acorda e percebe que a luz está diferente, que os sons da vizinhança não nos dizem mais respeito, que o som do nosso coração está cansado das mesmas batidas na terra, e nosso coração está pedindo para voar.Percebemos que alguns sonhos antigos estão voltando, mas não têm espaço naquele pouco espaço que lhes foi destinado, como uma revoada de passarinhos a fazer um barulho incrível em nosso peito, batendo asas e soltando penas.
Um dia a gente acorda e conclui que tudo é mais simples do que parece, que é imprescindível ter sempre uma paixão para viver.
Um dia a gente acorda cansado de dizer que está cansado de viver, e decide finalmente que vai correr o risco. Um dia a gente acorda..."

o texto é de uma colega do RJ, mas acho que cabe quando ouvimos ressoar na alma aquela voz doce e imperativa dizendo: " Quanto a ti, vem e segue-me".

Bacchi