domingo, 29 de março de 2009

Quando é sempre?


"Eu hoje acordei tão só; mais só do que eu merecia.

Eu acho que será pra sempre, mas sempre não é todo dia".*


Na realidade do que vivo, senti-me como quem não tem pra onde voltar. Uma leve consequência de estar sozinho.
Olhei o lado de fora, e o que estava dentro também. Não encontrei nada.
As circunstâncias me devoram a imaginação, e não há mais justificativas. É uma pena. Viveria na ilusão mais um tempo.
Mas acredito que seja uma situação que se dá pelo momento... eu espero que seja.
De repente procurei pelos que amo e não fui amada!
Galguei os escombros... meus restos não foram procurados.
Que sensação ruim, não ter pra onde ir. E pra todo o lugar que se vai... é-se recusada!
Mas como São Luiz de Monfort: "Se a Cabeça é coroada com espinhos, os membros podem esperar serem coroados com rosas?"
O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça... e que difícil trazer essa realidade para a minha.
Será que é meu trabalho viver assim? No caminho só? Nos pontos e interjeições?
Que seja.
Só não quero ter de caminhar esperando por algo, e depois decepcionar-me.
Que seja assim, então, e que meu coração não espere mais ninguém.
Só temo não saber caminhar solitária.
Não sei ser sem ter alguém! Não sei viver nessa solidão necessária.
Preciso de ajuda! Preciso da ajuda do Único que me entende e ama!
Acho que consigo amar como antes, e não ser amada... não me importo, contanto que estejam perto...
Fico com medo: "Os amigos da Cruz são bem poucos".
No desejo de estar em cruz, perco o que antes considerava meu!
Não sei mais o que é meu!
A realidade me machuca... não quero outra realidade! Quero aprender a lidar com a minha!
Só preciso de gente pra voltar a ser eu!


* Sempre não todo dia, do grande poeta Owaldo Montenegro

Um comentário:

Francisco Sobreira disse...

Deia,
Um texto forte, de desnudamento da alma, que, ao mesmo tempo que extravasa uma sensação de quase desespero, acena com a esperança da amizade. Um beijo.