sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Procurando por você



















Quando procuro palavras... penso que é para você que quero falar, então todas as palavras somem, com medo da injustiça que poder-se-ia cometer ao não comparecerem todas diante do chamamento do seu nome.
Quando procuro um rosto para olhar, miro na lembrança do seu, e entendo que todo olho perde a cor se o que se vê está longe daquilo que é visto só no seu olhar. Eu tenho medo de mirar-te, e como num nada, teu tato me sumir. E então, na tentativa frenética de agarrar-te, que sejam pelo menos as mãos, o sim leve você embora. Nessa agonia passional teu amor se revela tão intenso, e meu medo tão latente quanto o final de um labirinto. Percorrer seu sono e mergulhar em seus desejos faz de mim alguém à margem. À margem de mim, à margem do outro. Nesse suor do Gólgota refaço meu pedido; e ouço somente o silêncio. Há uma confusão de substantivos que antes não eram.... não e sim norteiam e permeiam os meus dicionários. Tudo o que procuro é o seu nome, mas no lugar dele... mais um... Quero palavras, quero um rosto, quero seus olhos... Quero nas interjeições gritar minha vitória... reduzir os artigos para uma só definição... Quero você. E toda a gramática vai ser só brincadeira de eu e tu. Quero só você!

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