domingo, 4 de janeiro de 2009

Vivendo de mim


Tem muito tempo que condiciono minhas ações em sentimentos alheios, e meu coração começa a reclamar cuidado.
Penso em como as pessoas são felizes independente de mim, e meu coração sofre "calado, apertado assim".
Cada sentimento que guardo em mim, minha Pandora não sabe libertar; guarda e abraça, e cuida e salva! Todo o meu coração é todo sentimento.
Cuidar das pessoas e delas... é tê-las! Mas tê-las não é prendê-las e possuí-las para sempre.
Há uma Terra do Nunca para todos nós, e essa terra está guardada em nossos corações.
Tem muito tempo que condiciono minhas dores em sofrimentos alheios, e meu coração agora requer medicação.
A paixão em comunhão faz de nós imitadores do grande Amador! E na espera de um dia sermos amados, passamos a vida amando! Somos imitadores, de fato. Tão completamente... que a dor que de fato nos incomoda, passa-se por alegoria, por coisa de moda.
Tenho repensado minhas atitudes, minhas dores....E penso no corte do cordão.
E penso na tesoura que executará o parto; sou, então, assaltada por grande emoção, mas assim mesmo, um medo! Medo que me apavora, mas que me mantém longe.
Penso então, num momento que acabe com o medo! Quero voltar ao momento que antecede o nascimento...
Eu sou toda sentimento; e sendo sentimento, capto com mais facilidade o que o outro esquece de transmitir; sou toda sentimento: e meu coração clama por isso.
O corpo, no entanto, tem sentido a proximidade da dor; e a cabeça vem anunciando o que o coração vem chorando: vem chegando a solidão! Ela já existia. Mas o coração, sábio e preocupado com as reações, revestia de amenidades essa verdade; e o que deveria revelar o só, apresentava-se múltiplo.
Vem chegando a solidão: a solidão do outro, o cansaço do outro, o medo do outro! E Deus, que é tudo em todos, Verdade e Caminho, Vida em mim, me abraça.
Me entende com "nãos" e "sim"; me promove no amor e na graça. Mas mesmo assim, não me tira a realidade! Consagra-me no amor e na dor; e vive em mim!
Eu vou vivendo, na alegria de encontrar o outro, que me é caro; na loucurar de encontrar o que se perdeu antes de todo o sentimento e verdade; eu vou vivendo nessa malucodoidera de amar, e esquecer de pegar o troco; vou vivendo nesse mundo maravilhindo de amar, querer, entregar, estar... e não ter pra onde voltar! Vou vivendo o que fui chamada para viver: o tudo e o nada! Vou vivendo e Cristo! E Cristo vai vivendo em mim!

4 comentários:

Debora Zibordi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Debora Zibordi disse...

Ah, Deia!
Como sempre você dando um show nos textos, né? Nunca vi igual.
Espero que você tenha conseguido resolver tudo por lá na faculdade.
Que Deus te ilumine sempre.
Estamos com saudades.
Beijos

Francisco Sobreira disse...

Cara Deia,
Não é fácil encontrar no mundo de hoje, em que a coisa material é que pontifica, encontrar pessoas que se doam a outras, feito você. Mas você fala que o seu coração está merecendo cuidados. Não sei se você o diz num sentido metafórico. Se não, minha cara, é bom tomar cuidado. Um beijo.

Grazi disse...

Amiga,

Coração é terra que precisa ser arada sempre.Trazemos em nós muitos sentimentos, muitas "paixões" como diriam os Padres, mas não podemos deixar que estes nos desviem de nós mesmos e do nosso ponto de partida, senão resta-nos a guerra e a escravidão eternas!
Coragem, coragem! Ame muito, doe-se muito, mas procure ser senhora de si. Audácia com sobriedade, senão o frágil vaso de barro fica em caquinhos...
Mas, se acontecer, hora de voltar pras mãos do grande Oleiro e aprender como fazer, do jeito que Ele gosta!

Bacchi